sexta-feira, 22 de abril de 2011

A crucificação de Jesus Parte IV


Quanto à religiosidade: havia vários movimentos.

Os fariseus: se consideravam separados e santos. Apegados à tradição e à lei,
criam que o seu cumprimento lhes davam recompensas no reino de Deus.
Os Essênios: buscavam a perfeição e viviam separados nos acampamentos do
deserto.Usavam a Lei e esperavam o Messias que os libertassem.
Os Saduceus: preservavam as mais antigas tradições judaicas e prestavam
serviços aos romanos, em troca de vantagens. Criam não haver vida após a
morte, portanto, buscavam a felicidade neste mundo. Sendo sacerdotes, eram
responsáveis pela administração do templo.
O templo de Jerusalém ocupava cerca de vinte mil funcionários os quais
exerciam funções religiosas, administrativas, educacionais e jurídicas. As
normas estabelecidas para o julgamento de pessoas consideradas impuras
eram extremamente rígidas. O perdão divino nunca estava ao alcance dos
pobres; somente os abastados podiam obtê-lo, pois, as taxas de tributação
eram altas para que os funcionários e as elites sacerdotais pudessem ser
mantidas. Esta situação sócio-politica e religiosa ensejou o aparecimento de
movimentos libertários, como os Zelotes (o qual tinha Pedro como participante)
e os Sicários, identificados como bandidos pelos romanos.

Significados teológicos da cruz de Cristo

A ênfase Paulina sobre a importância da cruz evidencia seu desejo de revelar
que a morte de Jesus foi decisiva para a salvação do homem. Paulo combatia
os falsos obreiros com a mensagem da cruz: "Guardai-vos dos cães, guardai-
vos dos maus obreiros, guardai-vos da circuncisão", Fil.3.2. Eles não
aceitavam um messias condenado à cruz. Leonardo Boff declara que os judeus
não criam que o texto de Isaias 53 é o relato da morte do Messias. Imaginavam
que a referência era ao exílio de Israel. A cruz era tanto para o judeu como para
o romano, fracasso e escândalo, mas, na verdade ela significa: reconciliação.
"E, pela cruz, reconcilia ambos com Deus em um corpo, matando com ele as
inimizades". Ef. 2.16, paz: "E que, havendo feito por ele a paz pelo sangue da
sua cruz... Cl. 1.20, abolição da condenação:"Portanto, agora, nenhuma
condenação há para os que estão em Cristo Jesus". Rom 8.1. A cruz é símbolo
de auto-esvaziamento e dependência do Espírito Santo.
Para nos salvar, Jesus passou pela Kénose, esvaziando-se da sua
humanidade, para assim, se contrapor ao desejo de vanglória, como o
existente na comunidade de Felipos.(Fil.2.3 e 4) e também assumiu a condição de homem, porém, diferente de Adão que quis ser como Deus. Aqui vemos
mais uma demonstração de antagonismo de Jesus em relação ao homem
natural. Hoje, os homens buscam obter as condições que lhes permitam viver
no melhor de suas potencialidades, objetivando serem senhores de seus atos,
na procura incessante da glória e do reconhecimento público. De outro modo, o
nosso Senhor Divino buscou o esvaziamento voluntário de sua condição de
Deus para alcançar o homem em sua miséria. Enquanto Adão pretendeu ser
Deus, Jesus deixou a condição de Deus para alcançar o homem, tomando o
caminho da cruz. A condição do homem sem Deus é de arrogância e precisa
ser esvaziado de sua glória, de seus preconceitos, idéias próprias e assim, ser
revestido de vida vinda do Senhor Jesus.
Para iniciar seu ministério, Jesus foi revestido de autoridade pelo espírito
Santo: "O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar
os pobres, enviou-me a curar os quebrantados de coração", Lc. 4.18. O seu
ministério, portando, foi realizado na condição de dependente do Espírito
Santo. Renunciou seus poderes divinos para compartilhar plenamente da
condição humana. Ao contrário dos Saduceus que perseguiam o poder, Jesus
abdicou de tudo para se identificar com o homem e viver na dependência do
Espírito santo. O caminho da cruz caracteriza-se pela dependência total e
absoluta da capacidade que procede de Deus.

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